Resumo
O aumento da intensidade e frequência de eventos climáticos extremos, agravados pelas mudanças no uso do solo, apresenta desafios significativos à gestão ambiental em regiões urbanas e periurbanas. Nesse contexto, este estudo analisou estratégias de manejo sustentável articuladas com políticas públicas locais e regionais, com o objetivo de mitigar os impactos ambientais e sociais associados a essas mudanças. A pesquisa teve como base uma Mesa-Redonda realizada durante o XIII Congresso Internacional de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento (CICTED 2024), cujo tema foi “Mudanças no uso do solo: desafios e perspectivas em condições de eventos extremos”. A metodologia adotada incluiu uma análise de discurso qualitativa, com base nas falas transcritas dos participantes, e a construção de uma nuvem de palavras que evidenciou os principais tópicos discutidos. Os resultados identificaram três eixos principais: a implementação de soluções baseadas na natureza (SBN), como telhados verdes e pavimentos permeáveis; a promoção da educação ambiental como ferramenta para fortalecer a resiliência climática e social; e a revisão de políticas públicas, com destaque para a necessidade de atualização de planos diretores municipais orientados por dados científicos e práticas colaborativas. As discussões destacaram a relevância de alinhar essas iniciativas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo Água Potável e Saneamento (ODS 6), Cidades e Comunidades Sustentáveis (ODS 11) e Ação Climática (ODS 13). O estudo apresenta recomendações para gestores públicos e sociedade civil, reforçando a importância da colaboração interdisciplinar e do engajamento comunitário no enfrentamento dos desafios ambientais. Além disso, destaca o papel da educação ambiental como meio de conscientização e preparo das comunidades, fomentando a adoção de práticas sustentáveis e adaptativas para promover um futuro mais equilibrado e resiliente.
Biografia do Autor
Willian José Ferreira, Universidade de Taubaté
Professor e pesquisador, graduado em Física pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), mestre em Ciências Ambientais pela Universidade de Taubaté (UNITAU) e doutor em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Desde 2002, atua no Laboratório de Biogeoquímica Ambiental do INPE, com pesquisas voltadas às emissões de gases de efeito estufa e suas dinâmicas em mudanças no uso do solo e ambientes aquáticos, contribuindo para a formulação de políticas públicas de mitigação e adaptação ambiental. Desde 2013, é docente no Instituto Básico de Ciências Exatas da UNITAU, e, desde 2015, integra o Instituto de Pesquisas Ambientais em Bacias Hidrográficas (IPABHi), desenvolvendo estudos e relatórios em Hidrologia Ambiental e Gestão de Recursos Hídricos. Em 2023, passou a compor o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (Mestrado Acadêmico - MACA) e do Programa de Pós-Graduação em Ecodesenvolvimento e Gestão Ambiental (MPEDGA), com pesquisas direcionadas à Hidrologia e à Gestão Hídrica.
Rodrigo Cesar da Silva, Universidade de Taubaté
Possui graduação em Geografia pela Universidade de Taubaté (2009), mestrado em Ciências Ambientais pela mesma instituição (2017) e doutorado em Desastres Naturais pela UNESP/CEMADEN. Atua nas áreas de sensoriamento remoto, extremos climáticos, secas, análise de riscos naturais e desastres. É pesquisador na Universidade de Taubaté (FAPETI/UNITAU), com ênfase em geoprocessamento e bases de dados em SIG. Atualmente, é professor no CEETEPS e integra os Programas de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (MACA) e Ecodesenvolvimento e Gestão Ambiental (MPEDGA).
Marcelo dos Santos Targa, Universidade de Taubaté
Recursos Hídricos pela mesma instituição (1990), mestre em Agronomia com ênfase em Energia na Agricultura pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1991) e doutor em Agronomia na área de Irrigação e Drenagem pela ESALQ/USP (1997). Docente na Universidade de Taubaté desde 1987, leciona Hidrologia nos cursos de graduação em Agronomia, Engenharia Civil e Engenharia Ambiental, além do Mestrado em Ciências Ambientais. Atualmente, é Coordenador Geral dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (Acadêmico e Profissional) da Universidade de Taubaté. Integra o Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul (CBH-PS) e a Câmara Técnica de Planejamento (CT-PL).
Paulo Fortes Neto, Universidade de Taubaté
Formado em Agronomia pela Universidade de Taubaté (1988), mestre em Microbiologia Agrícola e Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1992) e doutor em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (2000). Professor Assistente III na Universidade de Taubaté desde 1993, ministra disciplinas de graduação, como Microbiologia Agrícola, Energia na Agricultura, Gestão do Meio Ambiente e Saneamento, Gestão de Efluentes Líquidos e Coleta e Tratamento de Resíduos Sólidos, nos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária e Engenharia Ambiental e Sanitária. Leciona Saneamento Ambiental no curso de Especialização em Medicina do Trabalho e atua nos Programas de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (Acadêmico e Profissional), sendo responsável pelas disciplinas Epistemologia do Desenvolvimento Sustentável e Resíduo Urbano, Industrial e a Saúde Humana. Atualmente, é Coordenador Adjunto do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (Profissional).
Plínio Carlos Alvalá, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Possui graduação em Física (Bacharelado) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1985), mestrado (1990) e doutorado (1995) em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Atualmente, é pesquisador titular do INPE, com foco em estudos sobre gases de efeito estufa, química atmosférica e ciclos biogeoquímicos, em especial metano, óxido nitroso e carbono. Desenvolve projetos relacionados à queima de biomassa, poluição urbana, produção de ozônio e seus precursores, utilizando diversas plataformas, como aeronaves, balões e estações fixas. É responsável pelo Laboratório de Biogeoquímica Ambiental do CCST/INPE, onde também são conduzidas pesquisas sobre radiação UV e a camada de ozônio.
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